A quarta temporada de The Boys revela desafios comuns em produções longas, perdendo sua identidade enquanto prepara o terreno para o grandioso final. Com foco exclusivo no desfecho iminente, a série de Eric Kripke retorna ao Prime Video com uma trama onde a humanidade está à beira do colapso, oculta nas sombras de figuras como a ambiciosa Victoria Neuman (Claudia Doumit) e o dominador Capitão Pátria (Antony Starr).
O retorno de Billy Bruto (Karl Urban), lutando contra um câncer terminal, traz pouco impacto ao já exausto grupo The Boys, desgastado pelas mentiras de seu antigo líder. A temporada, embora promissora em conceito, inicia de forma morosa e só ganha ritmo no sexto episódio, distanciando-se da excelência das temporadas anteriores.
Apesar de uma estreia tripla, o quarto ano entrega apenas três horas de conteúdo morno, com mortes exageradas e humor previsível. O enredo, engatinhando até o clímax tardio, carece de propósito próprio e claro, refletindo uma crise de identidade que limita sua originalidade.
Contudo, Eric Kripke preserva a essência satírica e contemporânea de The Boys, embora a temporada não se destaque individualmente. As escolhas inusitadas e a sátira aos super-heróis continuam como elementos essenciais, mantendo o interesse do espectador ao longo dos episódios.
Embora lenta em desenvolvimento, a quarta temporada culmina em um dos melhores episódios da série, equilibrando ação, tensão e conexão emocional. Este crescendo final redime parcialmente os tropeços iniciais, preparando terreno para um quinto e último ano que promete uma conclusão memorável.