A Aliança do Atlântico Norte (Otan) acusou a China de fornecer apoio à Rússia em seus ataques contra a Ucrânia. A declaração, feita em um documento oficial conjunto dos 32 Estados-membros, representa um marco significativo na postura do bloco em relação à China.
No documento, divulgado após o encontro de líderes em Washington nesta quarta-feira (10), a Otan descreveu a China como uma “facilitadora decisiva” no esforço de guerra da Rússia, destacando que Pequim continua a representar desafios sistêmicos à segurança euro-atlântica. A Otan exigiu que a China interrompesse o envio de “componentes de armas” e tecnologias críticas para o exército russo.
Esta acusação marca uma posição mais firme da Otan em relação à China, sendo a declaração mais detalhada sobre o papel do país asiático no conflito entre Rússia e Ucrânia. O comunicado reforça que a China está se tornando um foco crescente de preocupação para a aliança militar, com membros europeus, norte-americanos e parceiros no Indo-Pacífico compartilhando preocupações de segurança relacionadas à Rússia e seus apoiadores, especialmente a China.
A “parceria sem limites” entre China e Rússia e o apoio chinês à base industrial de defesa russa aumentam a ameaça representada pela Rússia, segundo o comunicado da Otan. A aliança apelou para que a China, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, cesse todo apoio material e político ao esforço de guerra russo.
Por outro lado, a China nega fornecer ajuda militar à Rússia, embora mantenha fortes laços comerciais com seu vizinho durante o conflito. Pequim acusa a Otan de ultrapassar seus limites e fomentar a confrontação na região do Indo-Pacífico.
O encontro da Otan, que começou na terça-feira (9) nos EUA e tem duração de três dias, celebra os 75 anos da aliança. As pautas incluem desafios atuais e o compromisso de apoio contínuo à Ucrânia frente à invasão russa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa da cúpula, mesmo sem a Ucrânia ser membro da Otan. As negociações para a entrada da Ucrânia na organização estão avançando, mas ainda enfrentam obstáculos. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o caminho para a adesão da Ucrânia é “irreversível”.
A Ucrânia está em guerra com a Rússia desde 2022. Nesta semana, um ataque russo matou 38 pessoas e atingiu diversas regiões da Ucrânia, incluindo um hospital infantil em Kiev.